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Anakin Skywalker – Teoria Interpessoal do Sullivan


Para analisar a fluidez e multidimensionalidade do Anakin escolhemos o psiquiatra Harry Stack Sullivan. Para compreender a estrutura da personalidade de Anakin, um apontamento preliminar necessário: a personalidade é uma ilusão, ou seja, não existe em si. Não há imperativos instituais decisivos e fundamentais, mas apenas condicionantes sociais a partir das situações e pessoas.

A partir dessa perspectiva de Sullivan, podemos perceber logo de início o porquê Cavaleiros Jedis e Siths podem mudar sua personalidade com certa facilidade há depender de qual lado da Força estão. Ou seja, a personalidade vai se formando como uma resposta (uma força) em relação a situações interpessoais de amor, ódio, alegria ou tristeza. Em termos de teoria, essa resposta regular é chamada de dinamismo. Assim, dependendo do tipo da exposição interpessoal a qual o indivíduo está exposto, seu desenvolvimento psicológico pode se inclinar para um ou outro lado, formando dinamismos característicos. Sabendo disso, Jedis tem um código de conduta ética bastante restrito para garantir a qualidade desses dinamismos.

A relutância dos Jedis em aceitar que Anakin seja treinado é porque os dinamismos de Anakin são estão pré-formados e podem criar uma instabilidade psíquica e fazer com que ele flutue entre os dois lados da força. Um exemplo claro que acontece com Anakin de um dinamismo instável é o amor por alguém que pode se converter em dinamismos de ódio e hostilidade. Por isso, Jedis não podem se casar, uma vez que o amor individualizado pode ser causa de novas e irresolúveis tensões. Contudo, as cautelas não são suficientes e o trágico acontece quando Anakin, por ciúme de Padmé, luta quase até a morte com Obi-Wan Kenobi consolidando por fim seu dinamismo de ódio.

Além de dinamismos pré-formados, Anakin nunca resolveu a fase de seu desenvolvimento chamada de Transformação Malevolente. Para entender esse aspecto da personalidade vamos retroceder ao começo da história de Anakin que começa quando ele é um escravo em Tatooine junto com sua mãe, sem uma referência paterna.

Nesse primeiro momento a Transformação Malevolente, que é o sentimento de que vivemos entre inimigos e que ocorre entre a infância e a adolescência, começa a ser tensionada quando tem que escolher entre ir treinar ou ficar com sua mãe. Ele escolhe ser um Jedi. A determinada altura, sua mãe é morta e ele não consegue salva-la. Daí para frente inicia uma caminhada ascendente da malevolência e Anakin se vê sempre entre inimigos na iminência de uma traição.

Ao final, pouco antes de ser inteiramente consumido pelo lado negro da Força e se tornar Lord Darth Vader, Anakin num processo cognitivo chamado de Processo Sintáxico (Capacidade de pensar o mundo de forma simbólica e verbal) consolida seu dinamismo de ódio e hostilidade externalizando-o completamente. Assim, a vontade de estender o império até os limites habitáveis do universo para garantir a ordem e a ausência de inimigos é o resultado de um dinamismo de ódio consolidado e de uma Transformação Malevolente mal resolvida.


Análise por Marcos Vinicius Cieri de Moura

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