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Tyrion Lannister – Psicologia do Ego





A personalidade de Tyrion é constante durante toda a série e se expressa com relevância e estabilidade, sempre ancorada na sua singular inteligência. Os surtos e crises que enfrenta são muito mais externos do que resultados de alguma instabilidade psíquica interna. Para analisar Tyrion, selecionamos um recorte de novas teorias psicanalíticas contemporâneas, chamadas de Psicologias do Ego, da década de 1970, grandemente influenciadas por Anna Freud, filha do patrono da psicanálise Sigmund Freud.


Devido ao sentimento de inferioridade e as feridas narcísicas que Tyrion sofreu por preconceito e discriminação por ser anão, sua motivação por competência é um imperativo inescapável. Essa adaptabilidade é de natureza cognitiva e mental, uma vez que fisicamente é desajustado e dificilmente conseguiria realizar atividades bélicas e feitos medievais heroicos, embora tenha se revelado um excelente guerreiro quando adulto. No entanto, Tyrion se desenvolve em termos cognitivos e se adapta com maestria a partir da sua inteligência.


Para a Teoria de Robert White, esse impulso por adaptação de Tyrion é chamado de Motivação pela eficiência. A motivação pela eficiência é uma satisfação típica do ego em realizar atividades adaptativas. Tyrion é constantemente gratificado a cada novo ajuste realizado com o mundo. Assim, Tyrion passa por uma sucessão de novas adaptações: se adapta ao preconceito social sofrido, adapta-se a hostilidade familiar e a culpa, adapta-se a realidade político-econômica de Westeros. O resultado dessa adaptação constante é ser o mais inteligente dos Lannister e uma das figuras mais sabias de Game of Thrones.


"Minha mente é minha arma. Meu irmão tem a sua espada, o Rei Robert, o seu martelo de guerra, e eu tenho a mente...e uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar para se manter afiada." Tyrion Lannister

Sexualmente, era de se esperar, por se sentir culpado da morte da mãe durante seu parto, que apresentasse conflitos sexuais e não fosse bem adaptado nesse quesito. Contudo, nada há no seu comportamento sexual e nos seus outros comportamentos que evidencie qualquer sinal de distúrbio dessa natureza. Seu comportamento é próprio da sua época e do seu tempo.


As adaptações são movimentadas no âmbito do Ego e diferente da ortodoxia psicanalítica de Freud não está em jogo nenhuma pulsão libidinal e nenhum ID. Para Hartmann, essa instancia (Ego) tem autonomia com demandas e realizações próprias e opera algumas de suas atividades de forma independente. A energia do Ego não é a libido, mas uma pulsão sexual neutralizada. Por isso que podemos dizer, a partir dessa perspectiva, que a vida sexual devassa de Tyrion encontra satisfação nela mesma e não perturba patologicamente sua existência, como seria de se esperar. Tanto que ele diz:


"Sou deformado, mutilado e pequeno mas...na cama, depois das velas sopradas, não sou pior constituído do que os outros homens. No escuro sou o Cavaleiro das Flores." Tyrion Lannister

Analise por Marcos Vinicius Cieri de Moura

 
 
 

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