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Lúcifer - Psicanálise



Lúcifer, aquele que brilha, a estrela da manhã, por isso seu nome é Morningstar. Lúcifer, o anjo caído, é um ser sobrenatural, mas com composição psicológica humanizada, o que fica claro na sua relação afetiva com Chloe. Por isso, sentimos Lúcifer como próximo da gente, quase humano, e possível de ser analisado. Assim, escolhemos para essa análise a Psicanálise Clássica de Freud.


Da mesma forma como o divã, a psicologia profunda ou o inconsciente, Lúcifer é encantador, um feitiço capaz de fazer com que os outros confessem tudo, até o inconfessável. As pessoas revelam absolutamente tudo e ele entende o mais profundo de cada um, usando isso da maneira mais conveniente que lhe pareça. Lucifer compreende, de forma imediata, as pulsões e instintos repreensíveis das pessoas, ele acessa nos outros, a instância psíquica conhecida por ID.


Mas será que, por outro lado, ele se entende? Será que suas pulsões estão disciplinadas e seus instintos socializados pelo SUPEREGO? Excêntrico. Rebelde. Amoral. Lucifer ė mal compreendido por si mesmo e pelos outros.


Essa má compreensão é consequência de um Ego pouco articulado. Na Psicanálise, o Ego realiza o processo de auto-imagem e de Identidade. O Ego, como agente executivo da nossa psique, resolver nossos conflitos, nossas demandas e busca oferecer a melhor compreensão de si e do mundo para que possamos decidir e escolher nossos passos. O princípio que o Ego utiliza para isso é o princípio da realidade.


Mas qual é a realidade de Lúcifer? Era um anjo, depois governante do Inferno e agora gerencia uma boate no mundo humano. São realidades muito distintas com fundamentos muito diversos. Enquanto Anjo, vivia entre iguais na eternidade bondosa. Enquanto Governante, vivia em outra eternidade como Senhor do submundo com subordinados. Por fim, enquanto Gerente da Boate, vive na efemeridade humana como um ser que começa a ter sentimentos e moralidade.


Além dessa confusão do Ego, sem realidade própria. Lúcifer não enfrenta os próprios problemas de forma convencional. E seu Ego não se desenvolve normalmente. Os dilemas, os conflitos são todos externalizados e culpa os outros, especialmente humanos, dos seus problemas. Dessa maneira, como os seres humanos são efêmeros e morrem logo, parece que seus problemas morrem com eles. Assim, seus problemas dão a falsa impressão que são solucionados, mas apenas aparentemente. Lúcifer é, apenas aparentemente, bem resolvido.


Análise por Marcos Vinicius Cieri de Moura

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