Jon Snow - Psicologia Analítica
- Marcos Vinicius
- 23 de nov. de 2020
- 2 min de leitura

Ser um bastardo que todos olham com desprezo e desdém fez com Jon Snow desenvolvesse habilidades sociais bastante aguçadas. Embora não pudesse exercer essas habilidades em benefício próprio, já que é era um bastardo, sempre foi bastante habilidoso socialmente com os outros. Para analisar isso, vamos usar a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung.
O primeiro exemplo claro disso foi quando fez uma sugestão a Ned Stark para adotar os cinco filhotes órfãos de Lobo-Gigante para seus filhos, omitindo ele mesmo, por ser um bastardo que não mereceria, já que não fazia parte da linhagem nobre e legítima. Nesse mesmo episódio, contudo, Jon encontram um sexto filhote perdido: O Fantasma (Ghost). De alguma forma, quase sempre que Jon faz algo pelos outros, ele consegue algum benefício direto ou indireto para si.
Nesse sentido, O Lobo-Gigante Fantasma é o próprio Jon Snow. Seu duplo anímico. Errante, sem lugar e em busca de algum espaço. Jon Snow e Fantasma podem ser considerados manifestações do Arquétipo do Cara Comum, o Órfão.
Os Arquétipos junguianos são inclinações inconscientes, ou seja, são maneiras de ser que influenciam e determinam a personalidade. No caso de Jon Snow, como já citado, seu arquétipo é o do Órfão. O órfão busca a aceitação e um lugar de reconhecimento, em regra, nunca ostensivos. No caso de Jon, essa busca o fez se importar mais com outros do que consigo mesmo, resultando em um altruísmo quase absoluto.
Esse altruísmo fomentou em Jon um talento singular para liderança.Contudo essa liderança altruísta custou-lhe a vida e ele ė traído e morto pelos seus companheiros da Patrulha da Noite. Isso é consequência da sua maneira aberta, beneficente e doadora que não havia encontrado limites ainda. Contudo, após isso, Jon é ressuscitado. A ressurreição de Jon pode marcar o movimento de progresso com a morte simbolicamente representando uma mudança e um amadurecimento.
A ressurreição enquanto mudança e amadurecimento mostra a formação de uma estrutura psíquica chamada de Self. Essa estrutura é tipicamente formada durante a meia idade, ou em momentos posteriores da vida adulta. Contudo, Jon começa a dar sinais da existência do Self ainda jovem.
O Self é uma região que se forma entre o consciente e o inconsciente, articulando essas duas facetas da psique humana e assegurando uma unidade psíquica coerente. A consciência e a inconsciência mobilizam e assediam o psicológico, por vezes demandando contradições, mas é apenas quando se obtém um equilíbrio dessas duas forças que podemos dizer que o indivíduo atingiu a maturidade. Esse ponto de equilíbrio é o Self.
Jon, ao final da série, já evidencia um Self em formação. Após passar por inúmeras tribulações, tormentos, perdas, renúncias e conquistas, Jon começa a se entender e se afirmar. Essa afirmação resoluta e não vacilante, ao final, é indício do seu Self que reconheceu seu Arquétipo de Órfão inconsciente.
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