Haku - Psicologia Analítica de Jung

Haku é um personagem com um histórico traumático e pontuado por dores e chagas nunca cicatrizadas. A assimilação, aceitação dessas dores nunca foram completamente realizadas e por isso a personalidade do Haku mantem um movimento constante de retorno a sua Sombra. Para manter sob controle essa intensa e dolorosa experiência da Sombra, Haku desenvolve e aprofunda o arquétipo do Amante.

Quando Haku vê sua mãe ser assassinada pelo próprio pai um impulso desesperador toma conta e ele mata seu pai. O parricídio (assassinato do pai), é motivado pela sua Sombra, um arquétipo ancestral da bestialidade e do primitivo. Desse dia em diante os olhos de Haku se tornam frios como a neve que caracteriza suas habilidades e sua personalidade gélida e sempre polida.

A compensação que busca restabelecer o equilíbrio da sua personalidade vem com desenvolvimento do arquétipo do Amante, assim que Haku encontra Zabuza. O gélido e frio interior de Haku congelado pela Sombra é redimido e encontra a salvação no afeto. Para evidenciar isso, que Haku está em uma relação amorosa (ainda que psíquica), ele é caracterizado com traços andróginos que traz certa feminilidade, tanto que Naruto acha mais bonito(a) que a Sakura.

Contudo, o arquétipo do Amante de Haku não se desenvolve com naturalidade e se converte em um Complexo em torno do qual os sentimentos se intensificam até níveis patológicos. Haku dedica sua vida inteiramente a Zabuza e sua relação com ele é de completa submissão. A gratidão se transforma em servilismo absoluto. Quando Haku perde para o Naruto em forma da raposa, o Complexo de Amante encontra uma perturbação insuperável e ele se vê diante da sua Sombra gélida e implacável. “Eu sou uma ferramenta quebrada e agora sem serventia” . A única saída: Suicidio e autodestruição. Haku pede para Naruto mata-lo.

Análise por Marcos Vinicius Cieri de Moura